« Aquele que lê muito e anda muito, vê muito e sabe muito.»
Miguel de Cervantes
Dia Mundial do Livro...Dia propício a relembrar o GENIAL « GRUPO dos Cinco »
Um grupo celebre. Eça de Queiroz, Oliveira Martins, Anthero do Quental, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro
Grav., Ch. Baude
In A Ilustração, Paris 1885, vol. 2, p. 273
BN J. 1505 M.
« Eu também recebo a Ilustração; e ao ver aquela gravura vaga, percebi que a pessoa do centro era Santo Antero - mas imaginei que os outros, ao lado, eram amigos particulares do gravador, a que ele pusera por baixo os nossos nomes, os nomes dos sábios... »
Carta a Emília de Castro, 18 Out. 1885 Eça de Queiroz,grupo dos 5
Miguel de Cervantes
Dia Mundial do Livro...Dia propício a relembrar o GENIAL « GRUPO dos Cinco »
Um grupo celebre. Eça de Queiroz, Oliveira Martins, Anthero do Quental, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro
Grav., Ch. Baude
In A Ilustração, Paris 1885, vol. 2, p. 273
BN J. 1505 M.
« Eu também recebo a Ilustração; e ao ver aquela gravura vaga, percebi que a pessoa do centro era Santo Antero - mas imaginei que os outros, ao lado, eram amigos particulares do gravador, a que ele pusera por baixo os nossos nomes, os nomes dos sábios... »
Carta a Emília de Castro, 18 Out. 1885 Eça de Queiroz,grupo dos 5
"A história é sobretudo uma lição moral; eis a conclusão que, a nosso ver, sai de todos os eminentes progressos ultimamente realizados no foro das ciências sociais. A realidade é a melhor mestra dos costumes, a crítica a melhor bússola da inteligência:por isso a história exige sobretudo observação directa das fontes primordiais, pintura verdadeira dos sentimentos, descrição fiel dos acontecimentos, e, ao lado disto, a frieza impassível do crítico, para coordenar, comparar, de um modo impessoal ou objectivo, o sistema dos sentimentos geradores dos actos positivos." Oliveira Martins
"O modo mais eficaz de seres útil à tua pátria é educares o teu filho."
in " As Farpas " , Ramalho Ortigão
in " As Farpas " , Ramalho Ortigão
Evolução
Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo
tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...
Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
O, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paúl, glauco pascigo...
Hoje sou homem, e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, da imensidade...
Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.
Antero de Quental, in "Sonetos"
tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...
Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
O, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paúl, glauco pascigo...
Hoje sou homem, e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, da imensidade...
Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.
Antero de Quental, in "Sonetos"
Canção de Batalha
Que durmam, muito embora, os pálidos amantes,
Que andaram contemplando a Lua branca e fria...
Levantai-vos, heróis, e despertai, gigantes!
Já canta pelo azul sereno a cotovia
E já rasga o arado as terras fumegantes...
Entra-nos pelo peito em borbotões joviais
Este sangue de luz que a madrugada entorna!
Poetas, que somos nós? Ferreiros d'arsenais;
E bater, é bater com alma na bigorna
As estrofes de bronze, as lanças e os punhais.
Acendei a fornalha enorme — a Inspiração.
Dai-lhe lenha — A Verdade, a Justiça, o Direito —
E harmonia e pureza, e febre, e indignação;
E p'ra que a labareda irrompa, abri o peito
E atirai ao braseiro, ardendo, o coração!
Há-de-nos devorar, talvez, o incêndio; embora!
O poeta é como o Sol: o fogo que ele encerra
É quem espalha a luz nessa amplidão sonora...
Queimemo-nos a nós, iluminando a Terra!
Somos lava, e a lava é quem produz a aurora!
Guerra Junqueiro, in 'Poesias Dispersas'
Que durmam, muito embora, os pálidos amantes,
Que andaram contemplando a Lua branca e fria...
Levantai-vos, heróis, e despertai, gigantes!
Já canta pelo azul sereno a cotovia
E já rasga o arado as terras fumegantes...
Entra-nos pelo peito em borbotões joviais
Este sangue de luz que a madrugada entorna!
Poetas, que somos nós? Ferreiros d'arsenais;
E bater, é bater com alma na bigorna
As estrofes de bronze, as lanças e os punhais.
Acendei a fornalha enorme — a Inspiração.
Dai-lhe lenha — A Verdade, a Justiça, o Direito —
E harmonia e pureza, e febre, e indignação;
E p'ra que a labareda irrompa, abri o peito
E atirai ao braseiro, ardendo, o coração!
Há-de-nos devorar, talvez, o incêndio; embora!
O poeta é como o Sol: o fogo que ele encerra
É quem espalha a luz nessa amplidão sonora...
Queimemo-nos a nós, iluminando a Terra!
Somos lava, e a lava é quem produz a aurora!
Guerra Junqueiro, in 'Poesias Dispersas'
« Curiosidade: instinto que leva alguns a olhar pelo buraco da fechadura, e outros a descobrir a América.»
Eça de Queiroz
Eça de Queiroz
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